quarta-feira, 15 de março de 2017

                                      ISAU RODRIGUES DE OLIVEIRA

                                                              Wanderlino Arruda

.........Segundo Emmanuel, a vida seria muito chata se tudo nos fosse fácil e independente de nossos esforços. O que dá gosto pela vida é saber que soubemos vencer as adversidades para chegar à vitória, ao sucesso. O importante é ter consciência de cada momento que buscamos o alimento, a saúde, a boa disposição ao trabalho, o descanso merecido, o entender e ser entendido, o amar e ser amado. É por isso que dizemos em nossas preces aos nos levantar e ao prepararmo-nos para dormir: dá-nos hoje a tua proteção, dá-nos sempre, Senhor. Jamais nos esqueçamos que - no dizer de Tiago - a fé sem obras é morta. Qual o proveito em dizer que temos fé mas não temos obras? Preciso é fazermos sempre o melhor, porque Deus não trabalha exatamente em cima da nossa ansiedade, mas em cima do nosso merecimento. O que é nosso, o que a nós deve ser destinado acontece na hora certa! As coisas acontecem exatamente quando devem acontecer! Busquemos sempre a sintonia do Amor em nossas vidas, e tudo estará sempre nos devido lugares. Sendo o trabalho lei da Natureza, cada qual de nós, seja de onde for, estará sempre construindo a própria vida, isto é, a vida que deseja. Em verdade, a nossa existência e as nossas experiências são a soma
de tudo o que idealizamos e construímos. Toda melhoria que realizarmos é melhoria na estrada a que somos chamados a percorrer. Outra coisa: muito difícil vivermos bem se não aprendermos a conviver. A vida por fora de nós é a imagem daquilo que somos por dentro. Viver é a lei da natureza, mas a vida pessoal é a obra de cada um. Muitas coisas fazem parte de nós para nos defender do mundo externo, geradas pela nossa própria mão e pelo nosso próprio pensamento. Os orientais dizem: - Para você beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro jogar o chá fora para, então, beber o vinho. Ou seja, para aprendermos o novo é essencial deixarmos para trás o velho, visar e revisar valores, adaptarmo-nos a novas circunstâncias, a novos modos de ser, pensar e de agir.
.........Depois de ler e reler O VÔO DO ALBATROZ, candente relato existencial do amigo Isau Rodrigues de Oliveira, menino de Taiobeiras, homem de Montes Claros, Minas e Bahia, homem do Mundo, vejo realmente muito mais que uma biografia, bem mais que um texto confessional, tudo muito acima do colorir esforços e superações. Trabalho a quatro mãos - do próprio Isau e da escritora Cyntia Pinheiro - são quase cem páginas didático-pedagógicas de um verdadeiro self-made man, ator e diretor de uma vida no plano pessoal e profissional merecedora de todo o nosso respeito e máximo de admiração. História envolvente em todo o seu conteúdo, tenho certeza de que qualquer leitor a lerá em um só fôlego, tal a composição lógica e emocional, mais do que tudo humanamente colorida.
.........A melhor forma de aprender ou ensinar é acima de tudo imprimir bons e significativos exemplos. E o exemplificar em nossas vidas exige que dediquemos tempo e amor a todos os nossos sonhos e nossas atividades, sejam quais sejam os esforços e sacrifícios. O prof. Rubens Romanelli, pensador e poeta, quase um santo nas salas de aula da UFMG e nas reuniões do Evangelho, dizia-nos com lições do Mestre Jesus: “QUANDO te julgares incompreendido pelos que te circundam e vires que em torno a indiferença recrudesce, acerca-te de Mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos; QUANDO se te extinguir o ânimo, as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-Me: eu sou a força capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do mundo; QUANDO te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-Me: eu sou a PACIÊNCIA que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis; QUANDO, enfim, quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda. Eu sou a dinâmica da Vida e a harmonia da Natureza; chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito”. É por isso, que de manhã, todas as manhãs, apresento ao meigo Nazareno a minha oração e fico esperando... Para Isau, felicidade é sabedoria,
esperança, vontade de ir, vontade de ficar, presente, passado e futuro. Para Isau, felicidade é confiança, fé e crença, trabalho e ação. Ele tem vivido tão intensamente, que tudo indica não ter pressa de ser feliz, porque sabe que a felicidade vem devagarinho, sem depender de saúde ou de poder, sem ser fruto de ostentação, de luxo ou de ambição. Para Isau, felicidade é desprendimento, amor ao trabalho, organização, subida nos degraus do progresso pessoal e coletivo. Sempre e sempre uma visão de conjunto, cumprimento de passos e percursos de uma caminhada regida pela vontade e pela determinação, resultado de uma ou de cem batalhas. Ele, um campeão, sabe que as vitórias são alimentadas pelo trabalho em equipe, porque a grande maravilha do amor é ser um divino contágio.
        Também não importa o que tiraram de nós, o que importa é o que nós vamos fazer com o que sobrou. Nunca podemos nos esquecer de que o sol que brilha, a nuvem que passa, o vento que ondula, a árvore que se ergue, a fonte que corre, o fruto que alimenta e a flor que perfuma, toda a riqueza das horas tudo depende da proteção do Grande Arquiteto do Universo. Como cada um é o arquiteto do próprio destino e a vida é a soma de todas as escolhas, devemos saber que a honra é levantar-se a cada vez que se cai. Concluo este prefácio, pensando no carma positivo de Isau, para ele mesmo e para as pessoas próximas a ele, ou melhor, para todos nós os seus amigos.

domingo, 9 de fevereiro de 2014



APRENDER A VIVER A VIDA
                                                                                                                Wanderlino Arruda

         Tenho pena das pessoas que vivem sempre em estado de prontidão, à espera de um alarme, de um sinal, de um apito, pressionadas pelas exigências criadas pela própria vida de obrigações, ou pelas coações ou forças interiores, espirituais ou psicológicas, emitida a cada minuto. Tenho pena das pessoas que não aprenderam ou não querem aprender a desarmar-se na hora certa, numa descontração natural. E tenho pena dessas pessoas, infelizmente, no mundo de hoje, quase que fico com uma multidão de amigos nesse rol imenso de gente que só vive no meio de angústias. E não é bom, porque a vida é feliz ou infeliz, dependendo do que cada pessoa faz dela, da maneira como age ou deixa de agir.

        Confesso que também não sei se há amigos por aí com pena de mim, achando que estou dando conselho que não consigo obedecer, uma vez que também não me escapo da pressa, da multidão de compromissos, do que é fazer mais do que necessário, daquele achar que existe pouco horário pela frente para executar todas as tarefas do mundo num tempo curto. Mas como conselho não é para seguir, é para dar, e dar de graça, que nunca se viu alguém pagar conselhos. “Faça o que mando, não olhe o que faço”, tem sido um treiteiro ditado brasileiro, coisa da nossa arguta formação misturada de três raças, nem sempre sérias.

        O nosso mal é que queremos ou precisamos valorizar demais o sucesso, a competição, vitória que não se sabe qual será ou poderia ser. Nosso mal é não buscar somente a felicidade, como fazia antigamente o artesão, que visava apenas ao bem-estar, um sossego tranquilo de consciência, uma calma que oferecia muito mais qualidade de vida. Nunca me esqueço dos velhos sapateiros, das mulheres rendeiras, das cozinheiras que faziam cuscuz, dos lavradores de enxada e arado de tração animal, dos consertadores de cerca. Não me esqueço do tempo de futebol-arte sem tanta correria para passar na frente dos competidores. Essa tal filosofia do “importante é ter êxito” da era pós-industrial, instilada pelos donos de empresas, é que está atrapalhando tudo.

         Dizem que o homem tem angústia é pelo fato de ser o único animal que sabe da própria morte, ou melhor, que tem consciência de que vai morrer. É possível que isso lhe dê o aspecto altamente competitivo em que marca cada um dos seus dias, com a pressa de vencer, de conseguir o equilíbrio financeiro, a segurança, a posse, o prestígio social, o mando, infelizmente tudo muito relativo, pois nunca ninguém sabe o que é realmente suficiente a ponto de parar a luta. Não seria melhor voltar para o lado lúdico da vida? Por que não sempre buscar só a felicidade? Porque não imitar nossas crianças tão pouco preocupadas com a vitória imediata e muito mais envolvidas com o misterioso gosto do viver alegre?

          Não se pode dar todas as soluções. Mas de uma coisa creio que estou muito consciente: é preciso urgentemente aprender a viver a vida. E vive-la do melhor modo possível!

Institutos Históricos e Geográficos de Minas Gerais e de Montes Claros

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014



 Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas 

                                                                                               Girleno Alencar

           A Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas foi criada e instalada na noite de quinta-feira, em Montes Claros, sendo a primeira instituição acadêmica setorial da região, pois será formada apenas por obreiros das 75 lojas maçônicas dos 94 municípios de jurisdição do Conselho de Veneráveis do Norte de Minas (Convenorte). O veterano “imortal” Wanderlino Arruda foi eleito presidente organizador e será empossado oficialmente no dia 19 de março, para efetivar o registro oficial do Estatuto e do Regimento Interno.

            O presidente Wanderlino Arruda salienta que os levantamentos iniciais apontam aproximadamente cinquenta maçons aptos a participarem da Academia de Letras, por serem escritores, jornalistas, poetas e terem amplo conhecimento das letras. Ele lembra que existem várias academias maçônicas de letras no Brasil, mas a criada em Montes Claros se diferencia por ser de abrangência regional. “Vamos estimular ainda mais a atividade cultural no meio maçônico. Temos ilustres obreiros de relevância cultural” – destaca o presidente, que carrega a experiência de participação na criação de várias Academias, de 24 Rotary Clubes e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.

            A reunião para criação da Academia Maçônica de Letras ocorreu na sede da Loja Maçônica Filhos de Hiram, de Montes Claros, no Bairro São José. O venerável André Ricardo Bastos Queiroz lembra que a loja maçônica decidiu aproveitar o antigo espaço do atelier para criar uma Biblioteca, mas quando foi procurado pela direção do Convenorte para a instalação da Academia Maçônica, não pensou duas vezes, cedendo logo o espaço. A loja tem alguns dos imortais, como Célio Barbosa de Castro, Iran Rego, Samuel Figueira, além de outros.

            O presidente do Conselho de Veneráveis do Norte de Minas, Silvio Césa Carvalho explica que a criação da Academia Maçônica de Letras foi uma iniciativa que surgiu na década de 80, diante do alto potencial de maçons nesta área. No ano de 2009, o então presidente do Convenorte, Hércules Costa e Silva retomou o projeto, que passou a ser lapidado e agora ocorre o seu desiderato. No mês de novembro de 2013, Silvio Césa formou a Comissão de Criação, com a participação de Geraldo Antônio Dias Guimarães, Itamaury Telles e Wanderlino Arruda para elaborarem todo processo de criação da Academia.


            Apesar de criada pelo Convenorte, a Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas manterá o estilo das academias similares: será uma entidade paramaçônica, sem vinculação direta com o Convenorte. A instituição criada terá quarenta cadeiras com patronos maçons do Norte de Minas, já falecidos. Os primeiros levantamentos apontam a participação de obreiros da Maçonaria de Bocaiúva, Francisco Sá, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, São Francisco, São João do Paraiso, Taiobeiras e Várzea da Palma.